Odeio o racismo. Por conseguinte, odeio aqueles que fazem vista grossa para esse problema, falam de patrulhamento politicamente correto, mas que pelo fato de isso ser um crime, sempre correm para acusar as escorregadelas de seus adversários, posando de arautos da igualdade e do respeito ao próximo. Pensando nisso fui pesquisar na rede sobre o notório racista, conhecido de todos, o já falecido Paulo Francis, ídolo de boa parte dos direitistas da mídia, como Arnaldo Jabor, Augusto Nunes, Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo.
Ao escrever no Google "paulo francis racista", pouca coisa aparece que esclareça a questão. A maioria dos links é de fanáticos inveterados do Senhor Francis, elogiando seu brilhantismo literário e textual e seus iluminados intelecto e capacidade de avaliação da realidade. Pra minha sorte e de todos aqueles que precisam conhecer o verdadeiro legado, boçal e asqueroso, de determinados jornalistas, encontrei um texto primoroso do jornalista Bernardo Kucinski. O título é o mesmo desta postagem. Reproduzo aqui o trecho em que ele fala do lado racista do senhor Francis. Quem quiser ler o texto na íntegra, o link é http://kucinski.com.br/visualiza_noticia.php?id_noticia=407.
Racismo e preconceito
Paulo Francis tornou-se cada vez mais
racista. Essa atitude preconceituosa pode ter nascido, segundo seu pequeno
livro de memórias, na viagem pelo Brasil na década de 50, ainda jovem como ator
do Teatro de Estudante, dirigido por Paschoal Carlos Magno. Foi a
experiência de vida que marcou sua passagem pela adolescência, assim como o
golpe de 64 marcaria sua passagem para a maturidade e sua visão de uni Brasil com o
qual não podia se identificar. “Nunca imaginei que existisse algo igual na face
da terra. A subnutrição, a miséria, o atraso, a inconsciência quase absoluta do
que é bem-estar, do que é uma sociedade civil, o atordoamento do ser humano
bestializado por um clima...” Garoto da classe média carioca, depois protegido pelos muros de um
colégio de padres, ficou assustado. E enojado. Nunca havia estado perto da
miséria, nem mesmo nos subúrbios do Rio, em Bangu ou Bonsucesso. “O mundo da
classe média, no Rio, era uni mundo fechado.”
O racismo de Paulo Francis atingiu
povos mediterrâneos, negros e pobres de todos os tipos. Nordestinos. Tinha um
forte conteúdo anglosaxônico, ou talvez calvinista. “Os portugas são mestres do
ócio e da burrice”, disse dos portugueses. “Raça que ...se não fazia jus a um
forno crematório, certamente mereceria uma lixeira.”(...) “Deixei (que os japoneses
me apertassem a mão) mas com leve repulsa.” (...) “É pouco provável que um
filho do Nordeste, região mais pobre do país, vergonha nacional, saiba alguma
coisa, pois vive no século XVI”. Em junho de 1994, descreveu o senador Ronaldo
Aragão como um ...mulato, feijão mulatinho... que parece descender do macaco
certo (isto é, não de Lula).
Na descrição do senador e na referência
ao forno crematório, a arte de insultar de Paulo Francis sofistica-se: inclui
um xingamento dentro de outro. Por ser gratuita, essa inclusão torna o segundo
insulto ainda mais ofensivo. Assim é a insinuação de que certos povos podem
fazer jus a fornos crematórios, inclusive, talvez os portugueses, certamente os
judeus, para quem foram inventados. Lula é chamado de macaco, en
passant. Esses exemplos, em sua maioria já da década de 90, revelam não
apenas um Paulo Francis doentio, mas um país doentio e uma grande imprensa
carente de qualquer referencial ético. Os insultos de Paulo Francis eram
passíveis de processos na Justiça, inclusive pela implacável lei Afonso Arinos.
O fato de que poucas vezes tenha sido processado denota a descrença do
brasileiro na Justiça, em especial quando se trata de crimes de imprensa,
injúria, calúnia e difamação.
Seu anglo-saxonismo levou-o a escrever:
“A descoberta do clarinete por Mozart foi uma contribuição maior do que toda a
África nos deu até hoje”. Essa frase sintetiza o método Paulo Francis.
Primeiro, pela displicência com o idioma, pois ele deveria ter escrito: “maior
do que tudo o que a África nos deu”, e não “maior do que toda a África nos
deu”. Segundo, pelo reducionismo de seu “chute” de erudição, pois apesar da
indiscutível valoração do clarinete por Mozart, Haydn, antes de Mozart, e
Rameau, antes de Haydn, já haviam incluído o clarinete em suas composições.
Terceiro, pela depreciação preconceituosa da África, desconhecendo que é do
Egito, e portanto da África, o instrumento de sopro considerado precursor do
clarinete. Sua frase também não faz justiça ao lugar do clarinete no jazz tocado
pelos negros de New Orleans.
BOA TARDE
ResponderExcluirGOSTARIA DE SABER SE VOCÊ FEZ O CONCURSO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PARA PROFESSOR DE HISTORIA E FICOU EM PRIMEIRO LUGAR.
AGUARDO RESPOSTA
MEU EMAIL É MARCIAMYCHELLE_1@HOTMAIL.COM CASO POSSA ME RESPONDER.
AGRADECIDA MYCHELLE
Não tenho outra maneira, então vai por aqui mesmo. Sou eu sim. Obrigado por participar do blog. Valeu!!!
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=YtzkDf_bcjI
ResponderExcluirkkk, ia fazer a mesma coisa
ExcluirEu ouvi o nome desta figura infeliz com pseudônimo de Paulo Francis numa das músicas do Gabriel O Pensador (Lavagem Cerebral) onde é citado este nome.
ResponderExcluirPaulo Francis, pobre infeliz que viveu uma ilusão idiota onde separa os seres humanos em classes e raças, tão superior que teve o mesmo fim que todos os humanos tem.
Não sinto raiva de pessoas assim, sinto pena por não entender nada sobre a vida.
Pedras na direção certa.
ResponderExcluirUma pena que tudo isso esteja intrínseco na consciência social brasileira, resquício... da velha escola de Paulo Francis. O que me incomoda mais, não foi o fato de uma “jornalista” medíocre ter dito tudo isso, até por mais, usando da mesma violência gratuita - o que se espera de uma pessoa como ela? O problema é que a sociedade pensa assim. Possam até não ser tão bobos ou idiota quanto... em escrever publicamente, mas agem e pensam como tal a ignorância cultural classista. No entanto, qualquer esforço de explicação ou retorica, será inútil, pois a mesma já demostrou publicamente seu nível intelectual provindo de uma má educação brasileira, que em ressalva, muito embora tenha estudado sempre em instituições publicas, desde cedo aprendi que Cuba é referencia mundial em medicina, e que mesmo em desacordos ao conceito de ética, eu sei o que isso significa. Entretanto, fico admirado como estas pessoas conseguem seus diplomas e seus títulos, são os mesmos fascistas que defendem a educação pública por meritocracia e elitismos.
"O que que importa se ele é preto, e você branco" racismo é ridículo pura ignorância. Somos todos seres humanos(Humana. Sim essa é uma raça.) Somos diferentes devido a geografia de nosso mundo. Cada um Com determinada característica.
ResponderExcluirPois é, passado anos e nada mudou, hoje a decepção é Wiliam E Raquel jornalistas preconceituosos.
ResponderExcluirMuito obrigado ! Você foi muito esclarecedor♡
ResponderExcluirPaulo Francis foi um gênio. Difícil um jornalista com o caráter, a sinceridade e a capacidade de interpretar cenários como esse jornalista o qual a imprensa marrom sempre acusou. Um dia será reconhecido como merece. Viva Francis!
ResponderExcluirParece gostar muito do Francis, então está perdoado o exagero retórico. Mas as palavras precisam ser respeitadas. Gênio? Por quê? Era um jornalista crítico como outros, e um escritor fraco. Imprensa marrom? Fico me perguntando o que isso significa. Mas enfim, tem quem goste, como tudo, mas me parece que o artigo deu a ele realmente o tratamento que merece
ResponderExcluirO comentarista anterior orgulha-se tanto de Francis que usa pseudonimo "anónimo".
ResponderExcluirVerdade kk
ResponderExcluirBom trabalho
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