O
interesse em manipular fatos, fazer julgamentos estúpidos e trocar as coisas de
lugar é uma característica quase que doentia de determinados agentes da mídia.
O vídeo acima, extraído do programa Manhattan Connection, exibido pelo canal
pago Globo News, é exemplo crasso do que estou falando. Nele, dois jornalistas
extremamente pedantes, Diogo Mainardi, autor de Lula é Minha Anta, livro de cabeceira de todo bobalhão
anti-petista, contendo o mais rasteiro tipo de análise política, e Caio
Blinder, o homem que chamou as esposas dos chefes-de-Estado árabes de
“piranhas”, simplesmente por serem bonitas e modernas, expõem suas opiniões,
principalmente o segundo, com a baixa qualidade intelectual e o imenso fervor
apologético direitista que lhes são próprios, sobre o assassinato de cientistas
iranianos, orquestrado pelo governo israelense.
A
manipulação conceitual do senhor Blinder é tão insensata, que chega a ser um
atentado à inteligência, mesmo a mais mediana. Parece um rábula de porta de
cadeia, tentando convencer que o Estado de Israel mata cientistas iranianos de
forma legítima, dado o “fato” de o Irã ser um país terrorista, tese aparentemente
provada, pasmem, pela relutância do país dos aiatolás em obedecer resoluções
da ONU. Uma coisa sem pé nem cabeça. Afinal, se desobedecer à ONU é o critério
para ser considerado terrorista, o maior de todos é o próprio Estado judeu. E,
aliás, os EUA também. Para esses dois países é como se o órgão internacional
fosse simples fachada, um mero órgão simbólico.
E
notem que a apologia a Israel é tão grande que Blinder chega a justificar as
barbaridades cometidas por ele. Pra se defender, o Estado judeu pode tudo.
Inclusive negar direito de defesa a seus vizinhos. Como eu já disse
anteriormente, é uma desfaçatez sem tamanho, que contamina as mentes do
Ocidente. Contamina inclusive o bem falar, pois o jornalista confunde desertar
(abandonar) com deserdar (retirar o direito de herança). Pedantismo e
ignorância juntos só podem dar esse resultado.
Além
do mais, o efeito, quando se age dessa forma, e também já deixei isso claro,
não é o esperado. Até porque o Irã não tem medo de Israel. O ódio que sente,
plenamente justificado por covardias desse tipo, o faz superar qualquer temor
por um inimigo superior militarmente. O que tende a acontecer é a retaliação,
perpetuando o sentimento de que só a violência resolve. E eu pergunto: quem
está com a razão? Já deixei claro que não morro de amores pelo regime
teocrático do Irã, mas o que ele faz é buscar instrumentos que melhorem sua
defesa, visto o exemplo do Iraque ter mostrado que os EUA, seus adversários,
invadem qualquer país a hora que querem, sem levar em consideração nem a ONU, e
isso é o bastante para legitimá-lo. Até porque, americanos e israelenses também
possuem suas bombas. Qualquer pessoa preocupada com o perigo nuclear deveria
levar isso em consideração. Do contrário, será mais um hipócrita a bater palmas
às mentiras de determinados jornalistas.
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